No último dia 27 de março de 2025, mais de 200 estudantes de graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) participaram da cerimônia de formatura, realizada ao ar livre, em frente ao icônico Edifício Central, na USP em Piracicaba.
Além da entrega dos diplomas, o ato é marcado pela premiação aos primeiros colocados dos sete cursos oferecidos na Escola e homenagens feitas por entidades de classe. O primeiro colocado do curso de Engenharia Agronômica, no entanto, não conseguiu participar da festa e, tampouco, receber os prêmios da mesa diretora. No total, Luiz Felipe Zumpano receberia naquele final de tarde seis certificados, incluindo o Prêmio Luiz de Queiroz, de melhor aluno da turma.
Uma cirurgia de emergência e a recomendação de repouso feita pela equipe médica impediu a presença de Zumpano, que recebeu essa semana as honrarias em ato simbólico conduzido pelo vice-diretor da Esalq, professor Marcos Milan, e pela presidente da Comissão de Graduação, professora Wanessa Merchet Mattos.
“Fico muito feliz por este reconhecimento e agradecido pelo tempo que passei na graduação, contando sempre com apoio da minha família, docentes e funcionários da Esalq”, disse o agora engenheiro agrônomo, que esteve acompanhado dos pais e da irmã mais velha.
Intercâmbio – Além dos dirigentes, funcionários da Diretoria da Esalq e da Divisão de Atendimento à Comunidade (DVATCOM), vierem cumprimentar Zumpano, que foi morador na Casa do Estudante da Esalq e, no final da graduação, foi contemplado com uma Bolsa USP Inovação e Empreendedorismo e permaneceu sete meses na Alemanha.
“Permaneci de agosto de 2024 até março de 2025 na Hochschule Bielefeld – University of Applied Sciences and Arts, realizando etapas do trabalho que desenvolvi aqui na Esalq, sob orientação do professor Italo Delalibera Junior, e da pesquisadora Natasha Sant Anna Iwanick”. Basicamente, Zumpano trabalha com o fungo Beauveria bassiana, utilizado no controle de pragas agrícolas. “De forma sucinta, meu trabalho busca formulações químicas que possam proteger essa estrutura e ampliar o uso desse fungo no campo. E os resultados foram promissores, com possibilidade de virar uma patente”.
Na Alemanha, o esalqueano foi orientado pelo professor Anant Patel, em uma estrutura que trouxe para o estudante muitos aprendizados. “Me deparei com metodologias que nunca havia trabalhado e equipamentos de alta tecnologia que nunca tinha visto. Além disso, tive contato com pessoas de grande peso mundial da área em que eu estava estudando”.
Diante do desafio de viver em uma sociedade com idioma e cultura diferentes da brasileira, Zumpano também aponta as oportunidades oferecidas. “Como desenvolvimento pessoal posso dizer que o desafio de sair do país e lidar com outro idioma, cultura e formas de se expressar enriquecem muito o aprendizado como pessoa e ser humano, além de mudar a forma como vemos o mundo. Em termos profissional, vejo que o aprendizado como se portar e as relações pessoais dentro do universo alemão contribuíram e muito para minha visão profissional no futuro. Para finalizar, a prática do inglês durante o intercambio ajudou muito a minha fluência e compreensão, sendo um ganho muito grande para mim e uma realização que fiquei muito feliz em alcançar.
Mentoria – Além dos projetos de iniciação científica, outro fator que ajudou de certa maneira na ida de Zumpano para a Alemanha, foi a mentoria recebida pelo também engenheiro agrônomo Marcos Covre, formado na Esalq em 1984. “Ele foi morador de uma república chamada Avarandado (que não existe mais) e ofereceu uma bolsa social, destinada pelas assistentes sociais aqui do campus. Então, a partir dessa bolsa que recebi no terceiro ano, estreitei meu contato com ele e recebi essa mentoria. O Marcos me orientou na escolha de alguns percursos durante a graduação, focando sempre no mercado de trabalho e no aprimoramento do meu aprendizado no idioma inglês”.
Agora formado, com uma experiência internacional no currículo e com seu mérito acadêmico devidamente reconhecido, Luiz Feliz Zumpano aguarda o resultado do processo seletivo de mestrado no Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola. “Espero continuar na área de bioinsumos e seguir aprendendo aqui na Esalq, um ambiente que possibilita uma formação técnica, humanística e competitiva no Brasil e no mundo”, finalizou.
Texto: Caio Albuquerque (17/04/2025)